Andre Miagui

1979, Vive e trabalha em São Paulo/SP

 

O universo da produção contemporânea de Andre Miagui explorando cores, formas, imagens e emoções, em obras que convidam o espectador à contemplar e à refletir sobre o que vivemos.


Sua estrutura de pensamento tem como ponto de partida a historicidade, onde imagens de resistência se transbordam em deflagração aos olhares que passam a serem convidados para uma observação mais reflexiva, oferecendo um possível entendimento as questões contemporâneas pela ótica do passado.

O artista

 

Andre Miagui é um artista contemporâneo brasileiro que iniciou sua carreira em 1999, utilizando o giz pastel como seu principal material.

Sua obra se destaca pela apropriação de referências da arte clássica europeia, que ele moderniza com uma abordagem crítica voltada para a era digital.

 

Miagui explora a relação entre tecnologia e percepção visual, incorporando elementos como placas de computador em suas criações para explorar o impacto da internet em contra ponto ao volume de imagens disponíveis mundo contemporâneo.

 

Inspirado por temas como o "Zeitgeist" de Hegel, seu trabalho conecta o passado e o presente, questionando a sociedade de simulacros e a superficialidade da cultura visual moderna.

Visão Artística

 

A visão artística de Andre Miagui é uma fusão de crítica social, apropriação de tradições artísticas e exploração dos efeitos da era digital, usando a arte como sua principal ferramenta para questionar o impacto das tecnologias na percepção e no sentido das imagens.

Influências

 

As influências de Andre Miagui podem ser identificadas em vários aspectos de suas obras que abordam em suas pesquisas as influencias e o impacto da Arte Clássica Europeia no Mundo, levando o artista a propor reflexões sobre à Sociedade Imagética que hoje nos tornamos; ou mesmo sobre a Apropriação e Recontextualização de nossas necessidades dentro do campo da atenção e da aprovação do outro; refletindo sobre essas questões foca sua produção baseado na filosofia do Zeitgeist e Georg Wilhelm Friedrich Hegel, e em suas percepções sobre a nossa Era Digital e a Cultura Visual de rápida apreciação que nos tornamos, sempre em busca pela próxima tendência.

 

Essas influências formam uma base para que as abordagens de Miagui possam criticar a complexidade do universo da arte, que navega entre o passado e o presente, questionando o papel das imagens e da tecnologia em nossa sociedade contemporânea.

Inspirações

 

Suas inspirações surgem de várias fontes e ideias como a História da Arte Clássica, a Tecnologia e a Cultura Digital, a Filosofia do Tempo e suas Memórias, o Simulacro dentro da Sociedade de Imagens e a Natureza humana que hoje mais do que em outros tempos está imersa na Cultura do Visual e pela atenção.

 

Essas inspirações levam Miagui a criar diálogos entre o passado e o presente, a tradição e a inovação, utilizando sua arte como um meio de reflexão sobre o impacto da tecnologia na cultura e na busca frenética por uma identidade visual na era das produções oriundas das Inteligências Artificiais

 

                 Curriculum

 

Individuais

2024 - Dissociação Coexistente - Casagaleria e Oficina de Arte - São Paulo/SP

2023 - Zeitgeist Espírito do tempo - Casa Galeria Oficina de Artes São Paulo/SP

2020 - Aquário Cósmico - Galeria Cris Conde - São Paulo/SP

2014 - Simbolismo do Inconsciente - Espaço como Assim - São Paulo/SP

2012 - Simbolismos do Inconsciente - Code Bar Braga Portugal - São Paulo/SP

 

Coletivas

2024 - MARGS URGENTE - Casa SParte - São Paulo/SP

2024 - Confluências - Casa Galeria Oficina de Artes - São Paulo/SP

2023 - Pertencimentos - Câmara Municipal - São Paulo/SP

2023 - Desassossego - Câmara Municipal - São Paulo/SP

2022 - Ocupa FASAM - São Paulo/ SP

2019/2020 - Anuário de Artes SP - Nacional Club - São Paulo/SP

2019 - Ateliê Permanente - Galeria Pinheiros - São Paulo/SP

2018 - Feira Cultural o Grito - São Paulo/SP

2018 - Studio Marcata SP - São Paulo/SP

2018 - 32° Salão de Arceburgo - Inst. Hist. e Cult. de Arceburgo - Belo Horizonte/MG

                 Obras

                 Textos Críticos

 

Dissociação coexistente _ 2024

 

Dissociação coexistente nos impele a interrogar a condição humana que, em tempos de crise, nos afasta da consciência, hipnotizando-nos no que se refere ao sentido da natureza humana, à vulnerabilidade diante da vida, à importância da solidariedade social, sugerindo a ideia que as culturas que vieram antes dissolvem-se e apagam-se na contemporaneidade, principalmente, por dois motivos situados pelas reflexões de André Miagui, - o uso da tecnologia, em sistemas de tentativa e erro, nos afasta das imagens inquietantes que impregnam nosso imaginário; por outro lado, uma cegueira metafórica nos interpela como cegueira moral e emocional, afligindo a sociedade atual, retratada no livro de Saramago, Ensaio sobre a cegueira, o qual, também, nos move a escrever essas ideias.

 

O diálogo estético de André inicia-se com algumas apropriações:- em Zeitgeist, de pinturas da História da Arte, renascentistas e modernas como, A moça com a pérola, de Johannes Vermeer (1632-1675) (Part 5), O homem com turbante vermelho, de Jan Van Eyck (1390-1441) (Part 7), ou As irmãs, de Abbott H Trayer (1949-1921) (Part 11). Toma, do termo alemão Zeitgeist, o significado de “espírito do tempo”, conceito conhecido pela obra de Hegel, em Filosofia da História (1837). Raízes do Brasil (1936), de Sergio Buarque de Holanda, oferece o título da segunda série, cujas cinco pinturas foram motivadas por um recorte do acervo de fotos do Museu Nacional - Rio de Janeiro, cuja temática volta-se para imagens de escravos libertos em funções na nova sociedade.

 

O que gera essas apropriações?

 

A subjetividade poética do artista, o corpo no trabalho do fazer pictórico e procedimentos esmerados entrelaçam-se e geram a presente mostra: - Dissociação coexistente.

 

Part 5 re-apresenta a obra de Vermeer, Mulher com brinco de pérola. O olhar da personagem, lançado através de uma torção do rosto em direção ao observador, que a surpreende, lhe é negado duas vezes:- primeiro, pela placa-mãe que a impede de ver e em segundo, por interromper um possível diálogo entre os dois seres,- a moça e o transeunte que adentra seu espaço-tempo.

 

É isso que André está sublinhando em Zeitgeist:- o uso sem consciência da tecnologia que provoca-nos com um estado de cegueira metafórica, nos impossibilitando de sermos afetados por projetos futuros, numa dissolução da dialética entre aquele que vem de fora e um passado sem olhar, sem intenção.

 

Em Raízes do Brasil, 2024, André Miagui dialoga com as cegueiras paradigmáticas da nossa colonização, e identifica uma simbologia dos discursos controladores de necessidades básicas, sociais e educacionais, e da alienação que nossa sociedade brasileira ainda perpetua.

 

Reyes de La Baura, é uma apresentação dramática da função do escravo negro “liberto”, portando dejetos dos senhores de engenho. Ao fundo, a moeda portuguesa de cabeça para baixo, reproduzida inúmeras vezes. E, por fim, o negro, na sociedade atual no seu dever de Gari, trata a sujeira, a impureza, o entulho, os detritos, enfim, a sobra deixada na rua pela sociedade sem empatia.

 

Carmen S. G. Aranha _

Professora Associada Sênior no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP) desde 2016. Coordenou a Divisão de Educação e Arte do MAC USP em dois períodos distintos: de 1997 a 1999 e de 2007 a 2009. Também foi coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estética e História da Arte da instituição, entre os anos de 2011 e 2015. Sua trajetória acadêmica e administrativa no MAC USP demonstra seu profundo envolvimento com a arte contemporânea, a educação e a pesquisa nessas áreas.

 

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Funções dentro de cada época _ 2024

 

Andre Miagui é um artista contemporâneo que iniciou sua trajetória em 1999, utilizando as técnicas do giz pastel como principal material para expressar suas investigações sobre a arte clássica europeia e suas funções dentro de cada época. Suas obras se destacam por uma crítica ao mundo digital, trazendo reflexões sobre a percepção das imagens na era da internet. Através de suas produções, Miagui convida o público a revisitar a história da arte, conectando o passado e o presente com temas como o "Zeitgeist" (espírito do tempo), em referência ao filósofo Hegel.

 

Como por exemplo, na série "Zeitgeist" de 2023, ele moderniza o legado de mestres da pintura, introduzindo elementos como placas de computador nos olhos das figuras retratadas, o que simboliza a memória universal da cultura visual da humanidade. Essa mistura de tradição e tecnologia, ancestralidade e o contemporâneo são características marcantes na produção de Miagui, que instiga o espectador a refletir sobre o impacto da era digital em nossas vidas e os caminhos que estão tomando as relações humanas.

 

alexHORNEST _

É pintor, escultor e multimídia paulistano. Iniciou sua carreira nos anos 90 pintando graffiti e documentando a cena local em fotos e vídeos que ajudaram a influenciar e a criar uma cena paulistana dentro desta expressão artística. Formado em Administração de Empresas e Desenho de Comunicação, expõe seus trabalhos regularmente em importantes galerias e museus do Brasil e do Mundo.

 

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O campo de imagem gira em torno da historicidade _ 2020

 

Onde as imagens de resistência se deflagra aos olhares dentro de uma perspectiva reflexiva na tentativa de se entender as questões contemporâneas do tema observando o passado sobre o tema a abordado. ”

 

A coleção “Zeitgeist”, de Miagui, traz alguns aspectos essenciais para a arte contemporânea. Um deles está no próprio nome, que provém de uma palavra alemã que aponta para a existência de um “espírito do tempo”, ou seja, cada artista está vinculado à atmosfera intelectual, sociológica e cultural de sua realidade mais próxima e do conjunto de seu período.

 

O conceito, que existia no romantismo alemão, ganhou notoriedade com a obra “Filosofia da História” (1837), de Hegel. Nesse sentido, André Miagui retoma o estudo da técnica e das imagens principalmente dos retratos da Renascença ou do Barroco e os pinta com pastel oleoso, conseguindo resultados tecnicamente admiráveis.

Mas a sua intenção não é repetir o passado. Além do desafio técnico, ao colocar uma placa de celular sobre os olhos desses personagens, cria esse elo entre o passado e o presente, pois o objeto pintado justamente bloqueia a visão daquelas figuras clássicas da história da arte. Surge, assim, um lúdico clima permeado de senso crítico que oxigena cada trabalho.

 

O grande ensinamento da pintura de Miagui está justamente em criar o seu próprio espírito de época. Dá ao passado uma roupagem presente com um trabalho técnico esmerado, resultado de estudo e escolha cuidadosa dos materiais. Os seus retratos, portanto, são uma viagem pela história da arte e pela jornada vivencial de cada um de nós.

 

Oscar D’Ambrosio _

Jornalista formado pela Universidade de São Paulo, com mestrado em Artes Visuais e doutorado em Educação, Arte e História da Cultura. Atualmente, ocupa o cargo de Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, onde utiliza sua experiência acadêmica e profissional para promover a instituição e seus programas. Sua trajetória acadêmica e profissional demonstra um profundo comprometimento com a comunicação, a arte e a educação, áreas que se complementam em sua atuação.